quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Irmãs completam sete meses desaparecidas na Bahia


Foto: Arquivo Pessoal
Há exatos sete meses, familiares de duas crianças convivem com a angústia do desaparecimento das jovens. Sofia e Luna Lorena não retornaram para casa após uma viagem com seus pais, Robson Luís Gomes e Juliana Conceição do Nascimento. O casal foi encontrado morto próximo ao município de Pedrão, a 125 km de Salvador, dentro do carro em que viajavam junto com o motorista, Danilo Luiz Araújo Souza, que também foi asassinado.
A mãe de Robson, avó de Sofia e Luna, contou a aflição que tem passado neste período. Para Maria Lúcia Gomes Lima, a esperança de encontrar as meninas com vida já não existe mais. “Eu acho impossível um ser humano ser tão cruel a ponto de pegar as crianças vivas e não devolver. É uma crueldade muito grande pois sabem que a gente está sofrendo muito. Ninguém tem capacidade de ligar para dizer ‘vá em tal lugar que você acha a ossada’. Eu, como vó, se alguém disser que estão vivas, vou achar um milagre muito grande”, disse.
Na época do desaparecimento, Sofia tinha apenas 1 ano e 4 meses, enquanto sua irmã estava com cinco. O pai delas é apontado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) como integrante de uma facção que atua em Salvador e algumas cidades do interior. As investigações apontam que “Robin”, como era conhecido, tinha a função de distribuir os entorpecentes que chegavam na capital para os grupos criminosos sediados nos outros municípios.
Maria Lúcia reconhece essa informação, mas não entende a relação com o desaparecimento das suas netas. “A gente sabe que o pai das meninas era envolvido [com o tráfico]. Sabemos também que a mãe era uma pessoa que foi junto com ele, não sabemos por qual motivo, mas elas duas [Sofia e Luna] eram bebês. Duas inocentes não podem pagar nem pelo pai, nem por ninguém”, lamentou.
Até pelo sofrimento que tem passado, Maria Lúcia fez uma revelação surpresa. “A gente não quer Justiça. Não quero descobrir quem matou meu filho. Quero saber de nada disso. Quero saber é onde estão minhas netas, um pedaço de mim. É um sofrimento saber que saiu da minha casa e não retornou”, afirmou.
Mesmo acreditando na provável morte das netas, Maria ainda alimenta alguma imaginação. “Queria que alguém me dissesse que encontrou uma ossada e fazer o DNA para ter certeza que são as duas, que a gente já sabe que descansaram. Sem isso, não sabemos nada. Se estão maltratando essas crianças. A de cinco anos já tinha um conhecimento, sabia quem era seu pai, quem era sua avó. A pequenininha não, qualquer um pode estar criando”, finalizou a avó reforçando o pedido de esclarecimento dos fatos às autoridades policiais.


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