Heraldo Rocha nega desavença com Aleluia após deixar Dnocs

O ex-deputado e presidente do DEM em Salvador, Heraldo Rocha, está deixando o cargo na coordenação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) após um ano. O deputado federal e presidente estadual do partido, José Carlos Aleluia, foi quem o indicou para o órgão federal e pediu o cargo de volta. “Ele precisava do cargo, então, me pediu. Só isso. Não houve mais nada. Era um cargo de confiança. Eu, no período em que estive lá, procurei gerenciar, era um órgão sucateado”, destacou Heraldo à Tribuna. “É um órgão sem orçamento, apenas estava sendo despachante de emendas parlamentares dos deputados federais, mas procurei fazer com dignidade”.Logo após o anúncio da saída de Heraldo, Aleluia chegou a declarar para a imprensa que a decisão seria para “sanar atritos” que aconteceram com a bancada estadual. “Só o deputado que sabe o motivo. Eu não posso afirmar. Leio o que está saindo na imprensa, mas quero encerrar esse assunto. Já quero ir agora para outra atividade. Sou um homem de partido, tive uma audiência com o prefeito ACM Neto, onde conversamos bastante. Ele vai estabelecer novas metas para o partido. Eu quero trabalhar e produzir para a Bahia”, afirmou Rocha.O veterano nega que houve qualquer desavença com Aleluia: “Não houve desentendimento. Eu e Aleluia somos amigos há muitos anos. Temos uma relação fraterna. O que houve foi política. […] Eu recebi vários telefonemas de vários deputados da bancada estadual”. Especula-se no meio político que a decisão do presidente estadual seria para supostamente favorecer o filho, o vereador Alexandre Aleluia (DEM), que deve ser candidato a deputado estadual em 2018. Procurado pela Tribuna, José Carlos Aleluia preferiu não entrar em detalhes para justificar a decisão: “Foi uma decisão natureza política”. Questionado sobre o suposto favorecimento a Alexandre, ele também foi curto: “As pessoas podem imaginar o que quiserem”.O deputado estadual Targino Machado (DEM), em discurso na Alba nesta semana, negou que tenha participado de qualquer negociação para “pedir a cabeça” de Heraldo. “Quero dizer que nunca participei disso. Ao que me consta, Heraldo Rocha é unanimidade na banca. A decisão de Aleluia é uma decisão de Aleluia. O presidente tem o direito de fazer isso e fez. Agora, assuma a responsabilidade, assim como ele assumiu a responsabilidade ao não ouvir a bancada de oposição para indicar o diretor do Dnocs. […] Todos estão constrangidos com a saída de Heraldo Rocha do Dnocs”, disse o parlamentar.