terça-feira, 17 de novembro de 2015

Operação Aleteia: investigadores não descartam possibilidade de desdobramentos
Luís Alberto Pereira, promotor de Justiça | Foto: Estela Marques/ Bahia Notícias
A possibilidade de desdobramentos da Operação Aleteia não é descartada pela força-tarefa responsável pelas investigações de fraudes em arrecadação de impostos e licitações públicas em Salvador. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (17), o delegado do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, Marcelo Sanfront, afirmou que, apesar de não desconsiderada, novas fases da operação não são necessárias, no momento. De acordo com o promotor de Justiça Luís Alberto Pereira, a expectativa agora é de que os três últimos foragidos - Marcos Menezes, Washington Mendes e Tatiana Ramos – apresentem-se ainda nesta quarta-feira (18), para que sejam interrogados pela Polícia Civil. De acordo com os investigadores, os irmãos Mattos – César, Bruno e Ricardo -, negam participação no esquema. “Eles se colocam como concorrentes, mas negam situações que já estão evidentes nos autos”, afirmou o promotor do MP-BA. Segundo a funcionária da Secretaria da Fazenda, Scheila Meireles, o próximo passo das investigações é “buscar os verdadeiros responsáveis”. “O que tem aí são laranjas”, declarou. Ainda de acordo com Scheila, ainda não se sabe o valor total movimentado pelas empresas que integravam o esquema fraudulento, já que elas não declaravam movimentações. “Elas emitiam os documentos fiscais, não apresentavam documentação. Quando a gente ia buscar a documentação emitida, eles sumiam por serem laranjas”, revelou. Segundo o delegado Marcelo Sanfront, os laranjas eram usados como donos das empresas que fraudavam licitações. Maria de Fátima, recepcionista de uma das mais de 12 empresas abertas por Rafael Prado nos últimos 10 anos e presa por suspeita de envolvimento no esquema, confirmou em interrogatório a “constituição fraudulentas das empresas de Rafael”. De acordo com os autos, ela era utilizada como laranja desde 2006, em mais de uma empresa. “Maria de Fátima tinha consciência de que seria usada como laranja, mas não sabia a proporção disso”, afirmou o delegado do Draco. Com Prado, foram apreendidos uma BMW, além de apartamentos no condomínio Horto Florestal, no bairro Nova Consolação, em São Paulo. De acordo com o promotor de Justiça Luís Alberto Pereira, os acusados estão sendo processados por crime contra ordem tributária, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Eles estão presos temporariamente por cinco dias, que podem ser prorrogáveis por mais cinco. As prisões podem ser convertidas em preventivas, por tempo indeterminado. 

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