terça-feira, 17 de novembro de 2015

Esquema de fraudes em licitações públicas agia como ‘cartel’, afirmam investigadores
Delegado da Draco, Marcelo Sanfront | Foto: Estela Marques/ BN
O esquema fraudulento que atuava em licitações públicas em Salvador,investigado pela Operação Aleteia, atuava como uma espécie de cartel, segundo a força-tarefa composta pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda, que atua nas investigações. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (17), Marcelo Sanfront, delegado do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil, afirmou que havia “conluio entre empresários com a finalidade de fraudar processos licitatórios. Há conversas que há intenção de subornar, corromper, mas não há evidência de efetivo envolvimento dos servidores públicos. Há simulação de concorrência para impedir outras pessoas de participarem”. De acordo com os investigadores, os suspeitos de integrar o esquema movimentaram mais de R$ 84 milhões nas contas de empresas e pessoas físicas investigadas. Ainda segundo a força-tarefa da Operação, Rafael Prado movimentava dinheiro em contas em nome da esposa, Ariana Nasi, que, de acordo com as investigações, tinha conhecimento do uso das empresas para fins criminosos. Parte do dinheiro sonegado por ele passaria pelas mãos da esposa. Segundo os investigadores, Rafael presenteou Ariana com um apartamento de luxo em São Paulo, comprado com dinheiro proveniente das irregularidades. As investigações apontam que, apesar de sua principal área de atuação ser em licitações públicas na área da educação, a quadrilha agia também em certames para produtos de escritório e materiais de limpeza. Apesar de vencerem as licitações, as empresas entregavam produtos diferentes dos licitados. "Eles não respeitam em nenhum momento o serviço que entregam a administração publica. O importante é só obter a vantagem ilícita", afirmou Marcelo Sanfront. Segundo os investigadores, os bens e as contas dos investigados já foram bloqueados pela Justiça. Ainda de acordo com a força-tarefa, a quadrilha também agia em outros estados.

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