segunda-feira, 1 de agosto de 2016


Neto não descarta 2018: ‘Não farei nada que população não queira’

Confirmado candidato à reeleição, prefeito comentou o cenário político em evento de assinatura da ordem de serviço do projeto de requalificação da Avenida ACM


Foto: Max Haack/ Agecom
Foto: Max Haack/ Agecom

Confirmado candidato à reeleição, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não descartou a possibilidade de concorrer ao governo do Estado em 2018. Ao ser perguntado sobre a hipótese pelo bahia.ba em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (1º), na Praça Sílvio Valente, no Itaigara, no evento de assinatura de ordem de serviço do projeto de requalificação da Avenida Antônio Carlos Magalhães, ele jogou a responsabilidade para o eleitorado.
“Esse não é um assunto que a gente vai debater neste momento. Nós vamos discutir agora 2016. Eu não seria irresponsável de pensar, ou mesmo de tratar, sobre 2018. Eu não vou fazer isso e nem vou ficar caindo nessa pegadinha que, fatalmente, adversários vão querer provocar, que a imprensa, com razão e legitimidade, vai querer questionar. O que vai ou não acontecer com o meu futuro político depende exclusivamente da população de Salvador. Eu não farei nada que a população não queira. Eu jamais deixaria a prefeitura de Salvador se a população não quisesse. Então, a decisão do meu futuro está nas mãos de Salvador e 2018 eu não trato nem sob tortura”, disse o democrata.
Sobre a indefinição de quem será o seu vice na chapa majoritária, o gestor revelou ter conversado com o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), no fim de semana, e estimou que a decisão ocorra até a véspera da sua convenção, marcada para a próxima sexta-feira, no espaço Unique, na Avenida ACM, último dia permitido pela legislação eleitoral. “Foi uma reunião positiva. Nós estamos avançando nas conversas e, é claro, as decisões serão tomadas esta semana, até a quinta-feira (4). Eu ainda tenho uma série de outras conversas para fazer, com partidos políticos, com a vice-prefeita [Célia Sacramento], até que então seja tomada uma decisão que virá na quinta-feira”, afirmou.
Neto ainda minimizou a definição da deputada estadual Maria Del Carmen (PT) como vice da candidata do PCdoB Alice Portugal. Para ele, não preocupa ter do outro lado uma coligação exclusivamente feminina. “Por quê [estaria preocupado]? Qual é a razão? Nós temos hoje um governo liderado por mulheres. Praticamente metade do nosso secretariado é de mulheres. Seis mulheres ocupam funções de primeiro escalão na prefeitura. Nunca aconteceu isso na história de Salvador, nem quando Salvador foi administrada por uma mulher [Lídice da Mata]. Então, isso é bobagem. Essa discussão de gênero comigo não cola”, declarou.
Em relação à estratégia da oposição de colar a sua imagem à do presidente interino Michel Temer (PMDB) e classificá-lo como “artífice do golpe”, o prefeito disse que a eleição deve tratar dos temas municipais, mas defendeu a legalidade do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
“[…] Não existe nenhum golpe no Brasil, as instituições estão funcionando regularmente, o Poder Judiciário, o Ministério Público, governos municipais, estaduais. Tudo o que foi feito pelo Congresso Nacional respeitou a Constituição Federal. […] Que eu saiba, aqui não houve nenhum movimento militar para depor governo e não há nenhum tipo de prejuízo ou comprometimento à democracia. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que eu sempre procurei manter a minha posição de respeito institucional à função de prefeito. Ninguém ouviu qualquer opinião minha antes da votação do impeachment sobre esse processo e disse claramente que estava pronto para governar, fosse qual fosse o presidente. Como fiz com Dilma, como fiz com Wagner, e faço com Rui Costa, e como pretendo fazer com Michel Temer. Claro que em uma relação, espero eu, muito mais produtiva para a cidade do que foi a relação com Dilma Rousseff, que prometeu muito e não fez nada”, atacou, ao pontuar que não vai entrar “no baixo nível” e vai responder às eventuais acusações “com trabalho”
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