Operação captura advogada que atua em grupo criminoso de Camaçari

Advogada e companheira de traficante é presa suspeita de integrar organização criminosa

Após pedido de reforço para a Secretaria da Segurança Pública e início das investigações, a polícia começa a apresentar os suspeitos de envolvimento em uma série de crimes durante o final de semana em Camaçari. Na tarde de terça-feira (30), a advogada Rebeca Cristine Gonçalves dos Santos foi presa suspeita de integrar a organização criminosa rival à quadrilha envolvida na morte de três adolescentes e um jovem no bairro da Nova Vitória. Os crimes aconteceram no último fim de semana.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, além de defender judicialmente o traficante e homicida (pelo menos, 18 assassinatos confirmados) Claudomiro Santos Rocha Filho, conhecido como 'Nicão', Rebeca era também a atual companheira do criminoso e atuava diretamente na organização criminosa. A advogada foi presa quando saía do Fórum Criminal de Sussurarana.

A prisão foi efetuada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). De acordo com o diretor do Draco, Jorge Figueiredo, outros suspeitos já foram identificados. “Temos elementos suficientes de como essa quadrilha agia. Outros componentes dessa organização criminosa estão identificados e com mandados de prisão solicitados”, declarou o diretor. Além da prisão, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa da advogada.

Rebeca foi ouvida na sede do Draco (em Salvador) e será indiciada por tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.

Briga por domínio

Na segunda-feira (29), Bruno de Oliveira Santos, o "Quatro de Espadas" do Baralho do Crime foi apresentado pela SSP-BA como suspeito de ter matado os quatro jovens. Bruno é da quadrilha rival de "Nicão" e possui mandado de prisão em aberto, além de integrar a lista dos bandidos mais procurados do estado.

A Secretaria de Segurança informou que ele pertence à quadrilha de Marivan Elias da Silva, um dos líderes do tráfico no bairro de Nova Vitória. Marivan também faz parte do baralho e ocupa a carta "Seis de Copas".

As investigações da polícia apontam que a quadrilha liderada por Marivan quer o domínio do tráfico de drogas em Camaçari e, por isso, praticou os assassinatos. A disputa pelo ponto de tráfico teria ficado acirrada após a prisão, no início deste mês de agosto, de "Nicão", parceiro de Raimundo Borges dos Reis, o "Capenga", líderes do bando rival ao de Marivan e que também vende drogas na região.

A polícia suspeita que, com o enfraquecimento do grupo de "Nicão" e "Capenga", Marivan pretendia assumir o tráfico de drogas na área. Já as adolescentes que foram  assassinadas na última sexta-feira (26), não tinham envolvimento direto com o tráfico de drogas. Duas das meninas namoravam com rapazes envolvidos com o tráfico.