sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Com melhora do cenário externo, dólar cai e fecha cotado a R$ 3,70

Foto: Reuters
Após alta de 1% de quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,88% frente ao real, cotado a R$ 3,7052
Com um cenário doméstico sem notícias fortes, o câmbio respondeu nesta quinta-feira, 25, sobretudo ao exterior. Após alta de 1% de quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,88% frente ao real, cotado a R$ 3,7052. No mercado de ações, o Ibovespa fechou em alta de 1,23%, aos 84.083,51 pontos, impulsionado pelos resultados das empresas divulgados nos Estados Unidos. Segundo operadores, a melhora do mercado externo diminui a cautela ante o real. Exportadores e algumas tesourarias entraram vendendo dólar desde os primeiros negócios, segundo um diretor de tesouraria. Apesar da venda de dólares, este profissional ressalta que faltando apenas um pregão para a eleição, os investidores seguem cautelosos. Por esse motivo, quando o dólar caiu a R$ 3,6817, a mínima do dia, atraiu compradores e voltou ao patamar de R$ 3,70, nível que deve seguir nos negócios desta sexta-feira. Movimento similar ao brasileiro foi visto nos demais emergentes: o dólar caía também frente às moedas de Argentina, México, Chile e Turquia no fim da tarde. No entanto, subia frente ao índice DXY, cesta de moedas fortes. “A leitura do movimento lá fora ainda é muito nebulosa. Existe uma série de fatores afetando os mercados internacionais, desde a guerra comercial, passando pelos balanços das grandes empresas, até a situação fiscal da Itália e o Brexit, na Europa”, aponta o operador da corretora Hcommcor, Cleber Alessie Machado. Ele afirma que os mercados mundiais trabalharam nesta quinta-feira também em um movimento de correção em relação à deterioração de quarta. Além disso, colaborou para a suavização do cenário externo a expectativa em relação aos balanços de grandes empresas. “Houve uma redução da aversão ao risco, ao menos provisória, tendo em vista que ainda temos uma série de variáveis pendentes”, completa o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior. Internamente, apesar de a consolidação do nome de Jair Bolsonaro – “adotado” pelo mercado – na liderança da disputa para a Presidência da República contribuir para o bom humor interno, Machado pondera que não há noticiário forte o suficiente para refletir variações importantes nos preços. “A cena interna está de lado, o mercado acredita que já não há mais muita insegurança em relação às eleições”, aponta. Os estrategistas do banco espanhol BBVA acreditam que o dólar deve terminar o ano na casa dos R$ 3,80. Para eles, o próximo presidente deve conseguir tocar um ajuste fiscal, mas não tão “profundo” quanto seria o necessário. Com isso, o dólar deve ter dificuldade em cair abaixo do nível atual, especialmente quando se considera um cenário exterior que promete ser mais desafiador. Após a rápida queda da moeda este mês, o banco avalia que o período pós-eleitoral pode ser marcado por maior volatilidade no câmbio, a medida que saiam mais detalhes da agenda do novo presidente e os nomes da equipe econômica, que podem agradar ou não os agentes.

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