quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Organização criminosa no Ministério do Trabalho envolve 39 pessoas, diz PF


Foto: Reprodução
A Polícia Federal concluiu  o relatório final da Operação Espúrio, deflagrada em maio e responsável por apurar suposto esquema de venda de registros sindicais no Ministério do Trabalho. A informação foi divulgada pelo portal de notícias G1.
De acordo com as investigações, o suposto esquema cobrava propina de interessados em fazer o registro de sindicatos no ministério. Em contrapartida, as entidades furavam a fila dos pedidos e tinham os registros aprovados.
Segundo o G1, o relatório final aponta indícios de que 39 pessoas integravam uma organização criminosa com o objetivo de fraudar os registros. Entre os apontados pela Polícia Federal como integrantes da chamada organização criminosa, estão:
– Helton Yomura, ex-ministro do Trabalho, apontado por investigadores como “testa-de-ferro” no ministério da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). A defesa do ex-titular da pasta afirmou que Yomura não cometeu nenhum ato ilícito e “nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”.
– Cristiane Brasil, deputada (PTB-RJ). A assessoria da parlamentar afirmou, em nota, que a petebista não tem “ingerência sobre o ministro ou o ministério”.
– Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, ex-deputado federal condenado no Mensalão e pai de Cristiane Brasil. Em nota ao G1, o dirigente da sigla garantiu não ter participado de qualquer esquema no Ministério do Trabalho, disse apoiar as investigações da Operação Registro Espúrio e que o partido coloca o ministério à disposição do governo Michel Temer.
– Paulinho da Força, deputado federal (SD-SP). O congressista afirmou que desconhece os fatos investigados.
– Jovair Arantes, deputado federal (PTB-GO). Diz se posicionar “em consonância” com nota emitida pelo PTB, segundo a qual a direção da legenda “jamais participou de quaisquer negociações espúrias”. Também são apontados como integrantes do suposto esquema dois sobrinhos do parlamentar: Leonardo e Rogério. De acordo com a reportagem, eles ocupavam cargos de chefia no Ministério do Trabalho e estão presos desde a primeira fase da operação, que foi deflagrada no dia 30 de maio.
– Wilson Filho, deputado federal (PTB-PB). Comunicou, por meio de nota, não ter participação na concessão de registros sindicais no Ministério do Trabalho.
– Nelson Marquezelli, deputado federal (PTB-SP). O político disse, em julho, não ter “nada a temer”.
Com a conclusão do inquérito, a Procuradoria-Geral da República agora poderá oferecer denúncia se entender haver indícios suficientes para ocorrer a responsabilização criminal dos investigados. Se a PGR denunciar e a Justiça aceitar a acusação, os alvos viram réus em ação penal.

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