segunda-feira, 31 de julho de 2017

Oposição quer definir estratégia conjunta para a votação da denúncia contra Temer

Foto: Agência Câmara
Parlamentares de oposição no plenário da Câmara dos Deputados
A um dia da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, líderes de partidos da oposição vão se reunir na terça-feira para tentar traçar uma estratégia conjunta de atuação. O grupo está dividido sobre registrar presença ou não e ajudar o governo a ter o quórum mínimo. A votação só poderá ocorrer caso 342 estejam presentes no Plenário. Na certeza da vitória, governistas querem que a votação seja na quarta-feira para enterrar logo a denúncia. Para garantir isso, ‘tropa de choque’ de Temer deve reunir 172 votos. A estratégia de obstruir a sessão é defendida por parlamentares da Rede e do PSOL, que afirmam que postergar a decisão pode aumentar o desgaste de Temer. “Não é obrigação da oposição dar quórum para votar a denúncia. Pelo contrário, isso iria facilitar a vida do governo. Nós do PSOL somos a favor de não dar o quórum regimental”, defendeu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Para o parlamentar, como novos fatos podem surgir e a pressão popular aumentar, não realizar a votação na próxima quarta é o melhor caminho para que a denúncia avance. “Nós acreditamos que podemos chegar aos 342 votos, é só uma questão de tempo”, disse. Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), quanto mais tarde for a votação, maior será a pressão sobre os deputados da base do governo. Na visão do parlamentar, a audiência das transmissões televisivas deve aumentar perto do horário nobre, o que inibiria os apoiadores do presidente. “É fundamental para a oposição que a votação se dê o mais tarde possível”, afirmou. Parte do PT, PCdoB e do PDT, no entanto, tem defendido que é melhor realizar a votação amanhã para expor os deputados da base à pressão popular e, eventualmente, em uma próxima denúncia que vier a ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República, conseguir derrubar Temer.

Nenhum comentário: