terça-feira, 30 de abril de 2019

"Não sei o que motivou o comentário", diz reitor da UFBA sobre "balbúrdia" citada pelo ministro da Educação


Foto: Arte G1
O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, defendeu a instituição das declarações dadas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, para justificar o corte de 30% da verba anual da universidade. A informação é do G1.
Segundo o ministro, em entrevista ao Estadão,  “A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo". Weintraub ainda falou que "balbúrdia" é Sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus”.
Ainda segundo o Estadão, o ministro disse que os "pagadores de impostos" precisam ser respeitados.
“Quando vão na universidade federal fazer festa, arruaça, não ter aula ou fazer seminários absurdos que agregam nada à sociedade, é dinheiro suado que está sendo desperdiçado num país com 60 mil homicídios por ano e mil carências”, afirmou.

João Carlos Salles, no entanto, afirma que tais acusações não podem ser atribuídas à UFBA e que os critérios para o corte não foram esclarecidos pelo MEC (Ministério da Educação).
"Eu não sei o que motivou esse tipo de comentário, porque essa noção [de balbúrdia] não se aplica à Ufba. Somos um espaço democrático e de liberdade de expressão, que promove um ensino de qualidade e um debate cuidadoso de temas de relevância para a sociedade. Não posso imaginar o que levou a tal tipo de observação", disse ao G1.
"Não temos notícias sobre os critérios que são utilizados para avaliação do desempenho. Vamos indagar ao MEC, saber as motivações para esse corte de recursos e mostrar que não são pertinentes, porque a Ufba é um espaço de desempenho acadêmico positivo, com nossos indicadores melhorando a cada ano", afirmou Salles respondendo à acusação de Weintraub de que além das universidades que promovem a "balbúrdia", as que tem desempenho acadêmico abaixo do esperado também sofrerão com os cortes. Além da UFBA, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de Brasília (UnB) perderam 30% do orçamento anual.

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