terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Barragem de Jacobina é a mais perigosa na Bahia; saiba o motivo

Foto: Reprodução / TV Bahia
As 34 barragens de rejeitos de mineração na Bahia registradas junto à Agência Nacional de Mineração (ANM), as de Jacobina, de minério de ouro, causariam mais estragos, em caso de rompimento. Não há sirenes na cidade nem nenhuma outra forma de aviso para evacuação.
Presidente da Associação de Moradores do bairro de Nazaré, Magno disse ao jornal Correio que não pensa em sair da cidade natal, mas afirma que há uma preocupação: “Ninguém pensa em sair daqui por conta de barragem, não. Ouvi no rádio a empresa falando que estava tudo em ordem e que a barragem está monitorada. Eles acalmaram o pessoal, mas a gente não deixa de ficar preocupado”, afirmou.
Em cidades como Jacobina, as notícias sobre a tragédia em Brumadinho, em Minas Gerais, não provocam apenas consternação. A cada atualização sobre o rompimento da barragem, que deixou pelo menos 65 mortos e 279 desaparecidos, mais temor.
A cidade de Jacobina tem duas barragens de rejeitos de mineração, assim como a que rompeu em Brumadinho. Em todo o estado, são pelo menos 34, de acordo com a última lista publicada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), divulgada este mês. No levantamento, há 33 estruturas localizadas. Além delas, existe, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), uma barragem para rejeitos da extração de manganês. 
Só que as de Jacobina seriam as mais preocupantes delas – justamente por serem parecidas com a de Brumadinho, localizadas em regiões mais altas, o que torna a queda do material mais violenta do que se fosse em um terreno plano.
Além disso, há outra semelhança. De acordo com o engenheiro de minas José Baptista de Oliveira Júnior, professor da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jacobina e Brumadinho têm em comum o fato de terem barragens construídas com os próprios rejeitos. 
“Além disso, a jusante (o lado em direção à foz) da de Jacobina está em um vale muito grande e ainda há muitas pessoas que moram lá, apesar da empresa ter comprado terrenos e casas e indenizado esse pessoal para morar em outro lugar, exatamente com a preocupação com a possibilidade de romper. Mas nem todo mundo saiu”, explica o professor, em entrevista ao Correio. 

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