Câmara de Salvador debate nova política pública de saúde mental
Blog do Flavio Oliveira
O debate na Câmara Municipal de Salvador, na manhã desta segunda-feira (20), foi sobre a implantação da nova política pública de saúde mental e o direito ao passe livre para pessoas com transtornos mentais. A audiência pública realizada no Centro de Cultura da Casa foi proposta e presidida pelo vereador Cezar Leite .
“Apresentamos o novo contexto da saúde mental que está sendo implantado no país e prevê o fortalecimento dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), com mais investimento e sua integração com os hospitais psiquiátricos”, pontuou o vereador. “É preciso conhecer esse plano e sair do oposicionismo puro e simples. A nova política fortalece o processo de desinstitucionalização sem desativar os hospitais”, afirmou Cezar Leite.
Para a presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia (APB), médica do Hospital Mário Leal e professora da Universidade Federal da Bahia, Miriam Gorender, a nova política é o caminho certo. “Temos visto o fechamento dos hospitais e a implantação de CAPS. Esse serviço é de reabilitação. É necessário que ele funcione, mas dentro de uma rede mais completa. Os CAPS são complementares e não substitutivos aos hospitais que cumprem a função de “UTIs” nos momentos de crise”, pontuou Miriam Gorender.
“O internamento nos hospitais tem um prazo de duas a quatro semanas. Em alguns casos há pacientes moradores por uma questão social e não médica. É função do estado providenciar residências terapêuticas para essas pessoas. Fechar simplesmente os hospitais vai gerar um genocídio em massa dos pacientes com transtornos mentais. A alta sem destino resulta em moradores de ruas, morto e penitenciários”, pontuou a psiquiatra.
“O internamento nos hospitais tem um prazo de duas a quatro semanas. Em alguns casos há pacientes moradores por uma questão social e não médica. É função do estado providenciar residências terapêuticas para essas pessoas. Fechar simplesmente os hospitais vai gerar um genocídio em massa dos pacientes com transtornos mentais. A alta sem destino resulta em moradores de ruas, morto e penitenciários”, pontuou a psiquiatra.
Passe livre
A defensora pública Cláudia Ferraz disse que o órgão tem trabalhado de forma muito forte para garantir o direito ao passe livre, mas que é necessário haver uma mudança na legislação. “As pessoas de baixa renda precisam desse benefício. A legislação de 2004 tipifica cada tipo de deficiência, mas o Tribunal de Justiça e nosso atendimento não se prende a isso porque esse conceito já foi ampliado e se adequa à sua realidade. Uma pessoa que vive em uma cidade inclusiva, não sente as limitações da deficiência como outra que vive em uma cidade que não promove a inclusão”, explicou Cláudia Ferraz.
“A política tem que trabalhar para criar leis que garantam os direitos da população. Isso permite que a Defensoria Pública se ocupe de outros casos”, pontuou Cezar Leite. O juiz Rilton Góes Ribeiro, da 7ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais, do Tribunal de Justiça da Bahia, também fez parte da mesa e defendeu a ampliação do direito. “Essa é a Casa do Povo e precisamos desse apoio. O passe garante que a pessoa possa continuar seu tratamento. Isso é uma forma de inclusão da pessoa com transtorno mental e um direito”, afirmou Rilton Góes.
Também fez parte da mesa o coordenador da Rede de Atenção à Saúde Psicossocial da Prefeitura, Allann Carneiro e a representante do deputado estadual José de Arimatéia, Marinês Marques.
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