Kordsa Global é eleita uma das melhores empresas para trabalhar em 2016
A planta de Camaçari possui atualmente 420 funcionários (Foto: Sheila Barretto/CN)
A empresa Kordsa Global está entre as melhores empresas para trabalhar, segundo avaliação feita pela consultoria Great Place To Work (GPTW) e pela revista Época em 2016. A pesquisa, que está completando 20 anos, premia as melhores empresas nas categorias: grandes, com 80 empresas que têm 1.000 funcionários ou mais; médias multinacionais, com 35 organizações que possuem entre 100 e 999 empregados no Brasil (independentemente de seu tamanho global); e médias nacionais, também um total de 35 empresas brasileiras com 100 a 999 funcionários. Neste ano, a premiação foi realizada no Museu das Américas, em São Paulo.
Na 25ª colocação da categoria médias multinacionais, aparece a Kordsa, uma empresa que opera no ramo de manufatura têxtil e é líder mundial na produção de tecidos dipados e fios de nylon e poliéster de alta tenacidade. Presente no Polo Industrial de Camaçari desde 1978 sob a direção de outros acionistas e com o nome de Companhia Baiana de Fibras (Cobafi), em 2005 a empresa foi comprada pela Sabanci Holding, conglomerado turco que atua nos setores de consumo, energia, área automotiva e setor de indústria. A Sabanci também é dona do Akbank, o quarto maior banco da Turquia. “Somos um pouquinho dessa multifunção dentro de um grande grupo, a Kordsa é a empresa mais global que a Sabanci tem, operando em quatro continentes”, explica Luiz França, diretor de Recursos Humanos da empresa.
Em Camaçari, a Kordsa produz fios e lonas de nylon e poliéster, que dão a sustentação e a proteção dos pneus. Esse é principal produto, mas a empresa também trabalha com outras borrachas, como mangueiras e correias transportadoras. “Nosso produto é bastante usado no setor de borracha, pneumáticos, mas o segmento de fabricação de pneus leva a maior parte da nossa produção, quase 100%, e depois de instalados aqui, surgiram do nosso lado, três grandes clientes, que é a Continental, a Bridgestone e a Pirelle (em Feira de Santana). Com essa operação que a gente tem aqui a gente serve toda a América Latina”, contou França.
O diretor de RH disse ainda que a Kordsa é responsável por 50% da produção mundial de fios e lonas de nylon e poliéster. Sendo assim, a cada dois pneus de aeronaves que estão voando pelo mundo, um é da empresa. “Aqui no Brasil nós somos mais arrojados, a cada dez veículos que você vê circulando, oito são equipados com o nosso produto. Portanto o nosso produto tá mais presente na vida das pessoas do que qualquer um pode imaginar pra quem se transporta por aí”. A planta de Camaçari possui atualmente 420 funcionários divididos entre cerca de 80 funções, entre elas operacionais, administrativas, engenharia, gerência e manutenção. A operação funciona em aproximadamente 90 mil m² de área construída.
A reportagem do Camaçari Notícias visitou a Korsa Global no Polo Industrial e conversou com alguns funcionários. A palavra mais ouvida em todas as entrevistas foi 'orgulho'. Os profissionais demonstram estarem muitos satisfeitos em fazerem parte da equipe, como o operador de produção, José Fernando Carvalho. “Vai fazer seis anos que eu tô na empresa, pra mim que sou operador é um orgulho trabalhar aqui na Kordsa Global. E nesses seis anos eu só tenho coisas boas pra falar. A gente, que já trabalhou em outras empresas, sabe que lá não é assim, tem toda uma hierarquia que é difícil a gente chegar até o gerente geral, e aqui tem essa facilidade. Pra mim hoje é muito bom fazer parte desse grupo, tanto que eu indico pra todo mundo”.
João Augusto dos Santos, presidente da Kordsa Brasil (Foto: Sheila Barretto/CN)
Para João Augusto dos Santos, o presidente da empresa, essa satisfação vem do modelo de gestão adotado pela atual direção. “A gente vem trabalhando forte há muitos anos com esse sentido de filiação, a gente quer que as pessoas se filiem com isso aqui, criem laços de gostar, de fazer bem, de participar das coisas, então eu acho que isso fez a gente conseguir esse resultado, o fato dos nossos empregados terem orgulho de trabalhar aqui, eles terem orgulho de fazer parte desse time, eles terem orgulho da empresa”. Para João Augusto, a integração do empregado com a empresa é fundamental para o desenvolvimento do trabalho. “Talvez a gente passe mais tempo aqui do que em nossa casa, então se você não se sentir bem aqui, não sentir prazer em vir trabalhar aqui, não tem sentido, então por isso a gente busca muito que as pessoas sintam prazer em trabalhar, venham com orgulho de pertencer a essa casa, já que essa casa é deles”.
O presidente contou ainda que a Kordsa procura também integrar as famílias dos funcionários, levando essas pessoas para dentro da empresa, para que conheçam o local de trabalho do seu familiar. “Nossa preocupação é com a sociedade, como a sociedade vê a Kordsa, qual é o serviço que a Kordsa está prestando pra sociedade, pro meio ambiente, pro governo, pros clientes, pros fornecedores, então a gente sempre busca criar esse clima de ética em todos os meios, em todas as partes interessadas”.
A mudança de postura por parte da empresa foi de fundamental importância para que os funcionários se sentissem bem em trabalhar lá. Luiz França contou que em 2011, uma pesquisa feita pela empresa, apontou apenas 22% no índice de satisfação dos empregados. “Colhendo aquele resultado, fazendo um bom plano de ação, nós definimos uma estratégia de longo prazo. Aquele ambiente não era o que a gente queria pra nossa empresa. Gestores precisam ter a consciência de que a empresa deve ser um ambiente saudável, em que as pessoas irão sair de suas residências com muito prazer de se juntar à equipe e dar a sua contribuição nessa empresa”. Um processo de mudança no estilo de liderança foi feito dentro da organização, saindo de um modelo diretivo para um modelo participativo, onde as pessoas participam das decisões desde o topo até os níveis mais baixos. “Precisávamos ter mecanismos em que as pessoas pudessem contribuir mais e também serem reconhecidas por isso, aí nós fizemos vários projetos de melhoria contínua, um deles a gente chama de KIT, que é o Kordsa Improvement Team, que são os times de melhoria contínua da Kordsa pra que as pessoas pudessem contribuir e parte do resultado que eles geram, eles também levam em benefício deles próprios, então foram várias ideias dentro da organização pra que a gente pudesse alterar o nosso modelo”. Na pesquisa desse ano, o índice de satisfação foi de 86%.
Funcionários na linha de produção (Fotos: Sheila Barretto/CN)
Além do prêmio da GPTW 2016, a Kordsa Global foi eleita pela mesma pesquisa como a 7ª melhor empresa para trabalhar na Bahia, referente ao ano de 2015 e a premiação de melhor prática de estágio para empresas de porte médio, oferecido pelo IEL/FIEB. “Aprendemos lá atrás que as melhores empresas pra se trabalhar poderiam trazer uma rentabilidade maior, trazer um progresso maior pra todas as pessoas que estão conectadas com esse ecossistema da empresa e então porque não fazer um processo dentro da empresa também? Acreditamos nesse sonho e agora estamos colhendo. Querendo dar passos mais largos ainda, as nossas pessoas estão bastante felizes com o nosso momento”, disse França.
E o clima dentro da empresa realmente é de pessoas felizes. Talvez a mais feliz delas seja Whadanize Campos, a especialista em RH. Nize, como é chamada, demonstra conhecer todo mundo e cumprimenta a todos carinhosamente. Para ela, a atenção com todos aos funcionários é fundamental. “A gente sabe que as pessoas têm filho, a gente sabe que as pessoas têm um filho que vai casar, então a gente tá conectado com o empregado e com a família do empregado, é por isso que a gente não é um número, aqui somos pessoas mesmo. Cada um tem sua identidade, como todo mundo tem a identidade Kordsa no coração também”.
O mesmo sentimento é compartilhado pela analista financeira, Jucileide Vilas Boas. “Quando me perguntam onde eu trabalho, eu respondo com orgulho que trabalho na Kordsa, uma das melhores empresas para se trabalhar do Brasil. Eu acho que quando você acredita de verdade no que você faz, a coisa acontece. Isso a gente percebe todos os dias, que é de verdade o que a nossa liderança mostra que é possível e contamina as pessoas”.
Tear (Foto: Sheila Barretto/CN)
Mas mesmo uma empresa bem estruturada como a Kordsa Global não conseguiu ficar imune à crise econômica que atingiu o Brasil nos últimos anos. A estratégia para não sofrer grandes golpes, foi se antecipar à crise e se preparar para o que viria a seguir. “Bem antes da crise a gente já tinha se preparado. Trabalhamos na questão de custo e de produtividade pra que estivéssemos preparados pra enfrentar esse momento. Essa foi uma grande vantagem que a gente teve, a gente se preparou pra crise antes da crise e passamos por ela de forma muito tranquila, sem grandes cortes, sem mudanças drásticas”, afirmou o presidente da empresa. O diretor de RH completa. “A nossa capacidade de inovação, de ter foco no nosso cliente e de melhorar os nossos processos, aliada a nossa capacidade de desenvolvimento da nossa gente, pra que a cada dia eles possam ter uma contribuição maior e melhor em tudo aquilo que a gente faz, nos tornou um pouco mais protegidos da crise”.
Graças a todo esse trabalho, o índice de turn over voluntário, que é o pedido de pessoas para sair da empresa, está em 0% esse ano, segundo França. “Isso faz com que a gente tenha um processo de gestão de pessoas muito bem estável e duradouro, nós estamos encontrando o caminho dessa estabilidade, por isso que nós fomos buscar vários investimentos voltados pro engajamento, buscar o que poderíamos fazer pra aumentar o engajamento das pessoas e ter as nossas pessoas com a gente, pessoas satisfeitas por estarem nesse ambiente todos os dias, vindo pra cá satisfeitas e voltando pras suas residências também levando esse nível de satisfação, pra que tenha o equilíbrio entre vida e trabalho. Entender um pouquinho sobre esse processo foi o segredo da nossa grande transformação. Somos uma empresa que também precisa ter rentabilidade no final do processo, mas a rentabilidade não é o principal foco. Se eu cuido do processo pra chegar nessa rentabilidade, ela vem naturalmente. É isso que nós estamos aprendendo a fazer".
As grandes vencedoras da premiação feita pela Época e a Great Place To Work foram a distribuidora de energia Elektro, o Google e a mineradora Sama. Elas se destacaram entre as 1.563 organizações que disputaram um lugar entre as 150 vencedoras.
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