
Protesto de policiais termina com pancadaria, gás de pimenta e bombas no Congresso.
Um protesto de policiais na Esplanada dos Ministérios contra a Reforma da Previdência terminou em confusão na tarde desta terça-feira (18/4). Ao serem barrados na chapelaria do Congresso Nacional, os manifestantes usaram paus e bandeiras para quebrar uma vidraça do prédio. A Polícia Legislativa reagiu com bombas de efeito moral e spray de pimenta.
A manifestação começou do lado de fora e reuniu cerca de mil policiais de todo o país, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal. O protesto era contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016. Representantes de diversas forças — como policiais federais, rodoviários federais e civis de Sergipe, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, Santa Catarina e Ceará, além do DF — espalharam cruzes pelo gramado.
O ato foi marcado para o dia em que estava prevista a leitura do relatório da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A decisão de apresentar os termos da proposta que devem nortear as regras da aposentadoria dos brasileiros foi adiada pelos parlamentares, mas, mesmo assim, a manifestação dos policiais de todo o país foi mantida.
Após quebrarem os vidros, e serem impedidos de acessarem o prédio pela Chapelaria, os policiais foram para a rampa do Congresso com o propósito de tentar entrar pelo Salão Nobre da Câmara dos Deputados. Durante a confusão, três manifestantes foram presos e duas pessoas ficaram feridas. Por volta das 16h, eles cercaram o prédio. O clima era de tensão.
Estrago
A Reforma da Previdência ainda nem saiu do papel e já causa estragos na combalida Segurança Pública do Distrito Federal. Com medo das mudanças que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016 devem trazer, policiais estão correndo para se aposentar.
ó nesta segunda-feira (17/4), o Diário Oficial do DF publicou autorização para 18 policiais civis se aposentarem. Segundo o governo local, nos dois primeiros meses deste ano, 95 já conseguiram o benefício. Na Polícia Militar, de acordo com o GDF, houve aumento de 413% no total de pedidos de aposentadoria apresentados até 24 de março, quando comparado ao mesmo período do ano passado: em 2016, apenas 246 PMs pediram baixa do serviço, enquanto neste ano foram 1.263.
Em análise no Congresso, a PEC 287 propõe alterações significativas no sistema previdenciário nacional, como o aumento da idade mínima para as aposentadorias e do período de contribuição para o recebimento integral do benefício. A proposta deixa de reconhecer o trabalho policial como atividade de risco. Assim, se a PEC for aprovada como está, os servidores da segurança pública de todo o país passariam a se aposentar a partir dos 65 anos, como os demais brasileiros.
Caso o relatório da comissão especial que analisa a PEC 287 não mantenha o reconhecimento do trabalho policial como atividade de risco, as categorias passarão a deliberar outras alternativas de mobilização: decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe os profissionais de segurança de todo o país de fazer greve.
Para os integrantes da PM, participar de manifestações e deflagrar greve configura crime militar. A manifestação desta terça, parte do Dia Nacional em Luta pela Valorização do Profissional de Segurança Pública, é organizada pela União dos Policiais do Brasil (UPB).
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